quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

ASSOBIO - MANIFESTO PELA INDIGNAÇÃO

Mais um ano decorrido, mais um pinheiro abatido.

Que fangueiro ou ilustre visitante de Fão nunca contemplou as qualidades cénicas da paisagem que se estende a partir do clube náutico na direcção da nossa praia? Quem nunca se rendeu à beleza proporcionada por aqueles pinheiros que tão bem emolduram o retrato do Cávado subjugado à proximidade do mar? E a quem pertencerá este “miradouro para a harmonia”? A todos nós, filhos deste torrãozinho?

NÃO! Os últimos acontecimentos fazem crer que pertencerá a alguém que ano após ano, tem derrubado criteriosamente os nossos pinheiros, uns atrás dos outros, de modo a manter desimpedida a ampla panorâmica da sua varanda, porque até agora, e já derrubou e queimou várias árvores, “os parolos de Fão”, pensa, lá do alto do seu egoísmo, nem têm notado a ousadia.
Tal como fizeram, indignados, os nossos vizinhos galegos quando ocorreu a maré negra causada pelo afundamento do navio petroleiro “Prestige”, vamos também dizer claramente a este senhor: - NUNCA MAIS!

A última das muitas árvores que este senhor abateu era um pinheiro-manso com uns viçosos 15 anos de lento crescimento que vão, literalmente, por água abaixo. O povo de Fão não pode continuar imperturbável face a este atentado contra o seu património natural e colectivo e mesmo contra a sua própria honra.
Vamos comprar uma árvore de iguais dimensões, plantá-la no mesmíssimo local e manifestar que sabemos estimar o que é nosso. DE TODOS NÓS! Este acto ficará assinalado com a colocação de uma lápide na base do pinheiro, onde constará a intenção de todos os que contribuíram para a sua aquisição.
NDIGNE-SE. Manifeste-se e colabore, nem que seja com alguns cêntimos.

Os donativos para a compra do mesmo, podem ser efectuados nos seguintes locais:- «Pau de Canela», pão-quente do Ramalhão junto à escola;- «Café do Justino», na Rua dos Veigas;- «Café Cêpa», no bairro dos pescadores;- «Terceira Geração», na EN ao lado da escola profissional;- «Café dos Bombeiros»- «Pastelaria Fãozense», da familia Matos;- «A Fangueirinha», da familia Viana;- «Country Bar», do Zé Manel;- «Café Sport», do Motinha;- «A Clarinha», salão-de-chá do Carvalho;- «Chalé», salão-de-chá do Tozé;- «Casa dos Travesseiros», do Miguel.

.

Esperando desde já, a colaboração de todos, despedimo-nos comsaudações ambientalistas

.
Comunicado ASSOBIO
.
O CONVERSADOCAFÉ junta-se a esta Associação na luta contra os “vândalos da Natureza”, que infelizmente são cada vez mais.

7 comentários:

  1. Esse banhista está realmente a precisar de uma lição.
    Força.

    ResponderEliminar
  2. Olá a todos.
    Na minha modesta opinião há qualquer coisa que não bate bem.
    Das duas uma.Ou se conhece o marginal que atenta contra o ambiente, ou não se conhece.Se a Associação Assobio sabe quem é o criminoso só tem de se queixar ao MP,e obrigá-lo a pagar os danos causados,pois não tem cabimento algum os fangueiros onerarem os males causados por outrém.
    Se não sabe,faz queixa contra desconhecidos,pois as autoridades serão alertadas e obrigadas a tentar descobrir quem cometeu tais actos ilícitos e criminosos.Penso eu,que este será o modo mais adequado de agir,pois caso contrário,só poderão ser considerados de coniventes
    Disse

    ResponderEliminar
  3. Olá Mónica e demais amigos,

    É sempre com muita satisfação que percebo que na minha terra ainda há gente tão informada e preocupada com o meio ambiente como tu.
    Em nome da direcção da Associação Assobio, lanço-te daqui o convite para vires trabalhar connosco na defesa do nosso, tão ameaçado, património natural – será com enorme alegria que te receberemos (associacao.assobio@gmail.com).
    Gostaria, porém, de acrescentar algo mais ao teu raciocínio já tão esclarecido.
    De facto o nosso Código Penal, no Capítulo Terceiro dos Crimes contra a Vida em Sociedade, prevê a penalização daqueles que atentarem contra a Natureza. Assim, qualquer cidadão, no uso dos seus direitos enquanto tal, poderá, ou melhor, deverá denunciar estes ilícitos criminais e, efectivamente, o Ministério Público (MP) será umas das instituições onde tal poderá ser concretizado.
    Para os que não se querem prestar a tal aborrecimento, estão também disponíveis outros meios mais cómodos para cumprir com aquele direito de cidadania: a denúncia para a linha SOS Ambiente, tanto via electrónica, no portal da GNR (www.gnr.pt - Programa de Protecção da Natureza do SEPNA), como via telefónica (nº. 808 200 520). No caso do nosso concelho em particular, ainda poderemos denunciar qualquer violação ambiental directamente no posto daquela força de segurança ou na sede do Parque Natural Litoral Norte.
    Como será óbvio numa associação responsável, estes meios já foram por nós (Assobio) accionados. Mas já andamos por aqui há tempo suficiente para termos perdido a inocência. Acções como as que a Mónica, com toda a sua boa-fé, propõe, têm resultado quase sempre infrutíferas, pelo que desta vez, esperando ser consequentes, apelamos à mobilização de uma população sensibilizada.
    Em virtude dos recursos da Assobio serem parcos, pois não somos privilegiados com qualquer subsídio institucional, recorremos a este modo de angariação de donativos para a realização deste singelo protesto (esperamos pela tua comparência na data que brevemente anunciaremos para a plantação da árvore).
    Se a Mónica tiver outras sugestões a fazer, pode expô-las na nossa morada electrónica acima indicada e, na medida das nossas modestas capacidades, teremos todo o gosto em ajudá-la na sua concretização.

    Com amizade

    Jorge Silva

    ResponderEliminar
  4. Amigo Jorge.
    Agradeço do fundo do coração a eloquência e o pazer que me deste com a tua explicação.
    Contudo,continuo a pensar que no vosso manifesto,faltou esclarecer os fangueiros que as entidades competentes foram alertadas, e assim sendo,não podemos ficar calados,perante a inércia e incapacidade de quem de direito tem de zelar pelo bem-estar dos cidadãos,e de todo o património.
    Passo a lembrar que no passado recente,quando foram abatidos vários pinheiros em fim de vida que colocavam em perigo os utentes da avªda praia,houve um acompanhamento bastante rígido por parte das autoridades,nomeadamete da protecção do ambiente.Onde estão eles agora?
    Quero louvar a Vossa Associação pelo interesse que demonstra na defesa dos recursos naturais da nossa terra,e já agora gostava que pressionassem os nossos autarcas para que se faça a limpeza do paul e areal do rio limitados entre o Caldeirão e o Cortinhal.
    Obrigado pelo tempo que te tomei
    Da amiga Mónica

    ResponderEliminar
  5. Olá mais uma vez Mónica.

    Antes de mais queria expressar que não me deves agradecer o tempo que me tomaste, pois é sempre com muito estímulo e grande satisfação e que me dirijo a pessoas com a tua formação intelectual e sensível face à problemática ambiental.

    Registei com humildade e agradeço-te a tua correcção quando te referes à falta de esclarecimento dos fangueiros relativamente ao alerta que foi dirigido às autoridades. Numa próxima intervenção pública procuraremos ser mais eficazes quanto ao modo de o revelar. Cumpre-me no entanto esclarecer-te que no manifesto que corre junto da população através dos vários estabelecimentos locais, rematamos o texto aludindo ao aval que tanto a junta de freguesia como o parque natural, duas das várias entidades responsáveis por este assunto, nos deram. Julgávamos que o acto da denúncia estaria implicitamente exposto naquela frase. Quanto aos restantes organismos por nós envolvidos, não estamos à espera de qualquer resposta, pois apesar de estarem obrigados por Lei a fazê-lo, não têm cumprido com tal pressuposto noutras queixas que já apresentamos, incluindo uma que denuncia a continuada deposição de entulhos no chamado “paul”.

    Ainda aos meios de comunicação social local, no decorrer da última semana, julgo que esclareci conveniente que, devido à falta de meios, a nossa justiça não terá capacidade para resolver estes atentados, até porque são perpetrados de modo covardemente anónimo, restando, pois, a força de uma mobilização popular (1).

    A provar que de facto és uma cidadã atenta, vem o pertinente apelo que nos diriges quanto à limpeza do interessantíssimo biótopo entre o Caldeirão e o Cortinhal. Desde o Ministério do Ambiente até à nossa autarquia, na curta história da Assobio, foram inúmeras as nossas solicitações para que interviessem no sentido de fazerem cessar com os vários focos de poluição. A única acção por nós verificada foi uma máquina retro escavadora da própria CME a fazer um enorme buraco e a enterrar ali mesmo os resíduos (publiquei fotos no meu blogue pessoal). Mais uma vez se percebe a inoperância que tu própria, sabiamente, lamentas.

    Assim, na última reunião de direcção da Assobio ficou decidido, para o decorrer do presente ano, estender a nossa intervenção (2) naquele local para a remoção dos “monstros” que ali se acumulam. Numa abordagem prévia com responsáveis da nossa junta de freguesia já ficamos a perceber que, além deste propósito, aquele executivo também estará motivado em colaborar na limpeza daquela área e desobstrução da linha de água que a atravessa. Mais uma vez exorto a população em geral e a ti em particular para se nos juntarem nestas actividades cívicas cujas datas serão oportunamente anunciadas.

    (1) Na génese da Associação Assobio está este modo de participação cívica. Foi da luta de muitos fangueiros pela preservação do pinhal da restinga, prestes a ser tomado pelo betão mas cujo processo redundou numa grande vitória para o meio ambiente, que nasceu a vontade de juntar esforços e criar uma associação ambientalista nesta terra, completamente independente dos poderes instituídos.

    (2) Como já deves saber, a Assobio tem dedicado especial atenção no combate à proliferação de plantas infestantes no “paul” e a substituição daquele coberto vegetal por espécies autóctones.


    Aproveito, por fim, para dirigir um profundo agradecimento ao Nuno que, com a publicação deste manifesto no “Conversa”, me proporcionou a oportunidade de ter mantido este diálogo tão edificante com a Mónica.

    Um abraço a todos.

    Jorge Silva

    ResponderEliminar
  6. Ainda não percebi qual é o problema do proprietário do terreno ter cortado aquele pinheiro.
    Tantos pinheiros que são cortados todos os dias em outras propriedades e só engraçaram com aquela árvores?

    ResponderEliminar
  7. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar